terça-feira, 14 de outubro de 2008

Ensino Online - Interacções e papéis dos professores


O ensino online é conhecido, em termos vulgares, como uma aprendizagem executada através da interacção do aprendiz com o computador, tendo por detrás desta aprendizagem uma equipa de professores e tutores que utilizam as possibilidades imensas das novas tecnologias para proporcionarem ao estudante todo o suporte para que este realize com sucesso a assimilação dos conteúdos desejados. Claro que esta é uma explicação simplista de todo o trabalho envolvido no ensino online, nomeadamente no que toca à elaboração de cursos universitários; apenas foi desejado nesta pequena introdução uma aproximação do leitor ao tema proposto.

Atendendo às especificidades deste tipo de ensino, podemos questionarmo-nos sobre quais os atributos e funções de um professor integrado neste sistema de aprendizagem e como se espera que este docente execute as suas competências. As tarefas óbvias que qualquer utilizador deste tipo de aprendizagem espera do seu tutor são: a construção dos materiais do curso, a interacção com os alunos e o feedback desejado pelos mesmos e, obviamente, a avaliação do trabalho dos aprendizes. Mas leccionar é mais do que disponibilizar bibliografia ou materiais suplementares de estudo; leccionar pressupõe a existência de uma proximidade afectiva e comunicacional que se deseja real numa relação professor aluno. Será que esta empatia é conseguida num tipo de ensino em que não há diálogo face-a-face e em que as expressões faciais, ou outras apenas percepcionadas por quem observa presencialmente, se diluem face à máquina? A resposta a esta questão pode ser afirmativa se pensarmos nos seguintes termos: de acordo com Anderson e colegas (2001), a presença de ensino pode ser definida através da existência de três factores, a saber, a concepção e coordenação do conteúdo, a facilitação do discurso e a instrução directa; a proximidade do professor pode ser ainda definida como "os comportamentos de ensino que promovem a aproximação ao outro a interacção não verbal com o outro"(Larose e Whitten, 2000, p.321). Assim sendo, quando bem conduzido o processo ensino-aprendizagem, o sucesso do método online pode ser real dado que toda esta matéria pode estar presente neste tipo de interacção.

A proximidade do professor que trabalha utilizando os recursos electrónicos e não "toca" nos seus alunos pode ser efectiva se este souber servir de mediador de motivação que, por sua vez, medeia quer a aprendizagem cognitiva quer a social. A aprovação, o reconhecimento, o interesse podem ser manifestos pelo docente sem que haja necessidade da presença física; a utilização do humor pode promover um ambiente descontraído e encorajar o diálogo; o aconselhamento e o fomento à reflexão podem ser feitos de uma forma satisfatória usando os recursos informáticos já que a "não presença" pode descongestionar alguns bloqueios inibidores de uma certa abertura. Claro que é difícil transmitir emoções electronicamente. Mas não estará aí o desafio proposto a quem lecciona online? Reflitam...


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