"Manipulando-se os meios de comunicação é possível ampliar o diálogo entre alunos e seus professores e assim reduzir a distância transaccional." (Michael G. Moore, 2002)
O conceito de "transacção" foi definido por Dewey (Dewey e Bentley, 1949), como sendo "a interacção entre o ambiente, os indivíduos e os padrões de comportamentos, numa dada situação". Assim, a "Educação à Distância" é, em si, uma transacção que ocorre entre professores e alunos num ambiente caracterizado pelo afastamento físico e geográfico.
Com o objectivo de ultrapassar algumas barreiras de comunicação que podem surgir neste tipo de aprendizagem, surge a teoria da distância transaccional de Michael Moore que se baseia na premissa de que a distância é mais psicológica do que física. A separação exige por parte do professor planeamento, apresentação correcta de conteúdos e acções em muito diferentes do ensino dito presencial. Torna-se urgente que haja uma boa interactividade sem a qual não se pode garantir o sucesso de um e-curso; os alunos necessitam de se sentir envolvidos no processo ensino/aprendizagem.
A tecnologia pode promover e reforçar uma interacção positiva desde que usada com sabedoria. Moore aponta para três formas de interacção: a interacção aluno/conteúdo, a interacção aluno/professor e a interacção aluno/alunos. Da interacção aluno/conteúdo pretende-se que surjam mudanças na compreensão do aluno face às temáticas propostas; da interacção aluno/professor espera-se que o instrutor facilite e oriente os alunos na construção do seu conhecimento e que os motive a explorar conteúdos; da interacção aluno/alunos espera-se a partilha com os colegas, não só de conhecimentos teóricos mas, também, de experiências, reflexões críticas, que promovam o desejo de aprender com os outros. Existe uma relação pungente entre estas três variáveis, a saber que, quanto maior a estrutura e menor o diálogo, num programa, maior autonomia o aluno terá de exercer.
O diálogo é o factor mais determinante para a redução da distância transaccional. É influenciado por características inerentes às personalidades quer de professores quer de alunos; no entanto, as tecnologias de informação produzem com facilidade quer comunicação assíncrona, quer síncrona, quer multissíncrona que podem ser adaptadas ao proceder pessoal dos intervenientes no processo.
A estrutura do programa ou de um curso reflecte a capacidade de organização dos elementos que o estruturaram; estão presentes nesse projecto a flexibilidade ou a rigidez de objectivos, dos conteúdos, da documentação, da avaliação, etc. Quanto maior a estrutura maior será a distãncia transaccional. A distância transaccional é inversamente dependente do diálogo e directamente dependente da estrutura.
Segundo Moore, a autonomia de um aluno é uma medida que permite que seja o aluno e não o professor a estabelecer os seus objectivos de aprendizagem. A autonomia do aluno tem a ver com a capacidade que ele tem de estabelecer metas, metodologias e aquisição de competências, face aos conteúdos que lhe são propostos; daí o recomendar-se o "ensino à distância" a adultos que se comprometam significativamente.
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